Pedro Maia Filho nasceu em Caraúbas a 30 de junho de 1921. Era filho legítimo do casal Pedro Maia e Cecília Cornélia Praxedes. Ele iniciou suas primeiras letras no Grupo Escolar Antonio Carlos, tendo como seu primeiro mestre, o professor Lourenço Gurgel de Oliveira. Seu pai exercia a arte de oficial-carpinteiro e sua genitora amava a profissão doméstica e suas especialidades desfrutavam a preferência local. Ambos caraubenses, procuravam educar seus filhos, dando o bom exemplo de trabalhadores honestos e vigilantes no cumprimento de seus deveres.
Era apelidado de SANTOS por todos, por ser menino simples, amigo e amável a seus genitores.
Do casal nasceram mais cinco filhos. Dois deles: João e Navegantino no período de 1938 a 1939 fizeram parte do Centro Regional dos Escoteiros de Caraúbas, dirigido pelo saudoso professor Raimundo Soares de Andrade. SANTOS, além da freqüência ao ensino primário, tinha outras aulas particulares, conseguindo por fim, terminar naquela época, o 5° ano primário. Como não havia curso de nível médio local para a continuação de seus estudos seus pais resolveram fixar residência na cidade vizinha, Mossoró, passando a freqüentar o ginásio Santa Luzia, estudante da 1ª série ginasial, o que logo mais não pode continuar, alegando a circunstancia de vida de seus familiares. Ao retornarem a cidade natal e dadas as dificuldades de serviços para suas profissões, a 4 de abril de 1943, resolveram ir morar na cidade de Limoeiro do Norte – CE. SANTOS, chegando junto a seus pais, resolve se matricular no ginásio Diocesano, não sendo possível por não haver mais vagas. Então, decidiu freqüentar a escola normal daquela cidade jaguaribana, quando a 23 de agosto do mesmo ano, seus pais se transferem para uma nova residência, dessa vez para a cidade de Manaus-AM, lá ficou esperando começar o novo ano para continuar seus estudos.
A VOZ DO DEVER CHAMA – No dia 02 de fevereiro de 1944, SANTOS, foi convocado para o serviço militar, submetido à inspeção de saúde, de seleção da unidade 0 –R, foi aprovado e julgado apto, logo em seguida incorporado ao exército no batalhão 27 – BC (AM), logo mais para servir na FEB (FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA), heróica contribuição do Brasil na vitória aliada ao teatro de operação da Itália, contra o regime totalitário do NAZIFACISMO.
Em 25 de março de 1944, seguiu SANTOS para o Rio de Janeiro (RJ), fazendo parte do contingente das forças amazonenses, prevalecendo o trabalho de seleção e organização de treinamento nos campos de instrução de Gericino, Vila Militar e Distrito Federal, a entrada do Brasil à 2ª Guerra Mundial, em conseqüência do crédito de transporte posto a disposição do governo brasileiro, pelo governo americano, o embarque de FEB se processou por escalões, sob o comando do General de divisão João Batista Mascarenhas de Morais. Já considerando expedicionário, Pedro Maia Filho, soldado n° 1145 – recebe ordem de embarque, fazendo parte de primeiro escalão – V – batalhão 20°. Chegados ao teatro de operações os quais constituíram o depósito de substituições e recuperação do pessoal da FEB, um ativo centro de instruções de todas as armas instalando-se em Stafoli – Itália, entre Luca e Pistóia. Em 08 de dezembro de 1944 seguiu participando de toda a operação da querida FEB. A cobra esta fumando a serviço da Engenharia civil, foi nessa ocasião que SANTOS recebeu a condecoração de Batismo de Fogo com a medalha da FEB.
Em 8 de maio de 1945, término da Segunda Grande Guerra, regressa ao Brasil a FEB, conduzindo um símbolo, facho da vitória. “O Brasil espera que cada um cumpra com seu dever”. O expedicionário Pedro Maia Filho seus companheiros são recebidos no Rio de Janeiro em dias de agosto de 1945. Por Getulio Vargas, Presidente da República, pelo General Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra, corporações sediadas na capital federal e pela grande massa popular que aclamava de “VERDADEIROS” os defensores de Pátria.
Após o desembarque todos os pracinhas tiveram um mês de licença; dias depois foram dispensados dos serviços ativos do exercito. Em conseqüência, SANTOS volta a sua cidade natal, confiante na sua promessa: de um dia, diante do altar de São Sebastião, pagar seu voto pelo retorno aos convívios paternos.
A 26 de outubro de 1945, a estação ferroviária de Mossoró, estava repleta de amigos e conterrâneos para abraçá-lo dando os parabéns pelo seu regresso. O jovem expedicionário foi recebido com banda de música, foguetões, discursos e etc., nada faltou-lhe naqueles instantes. O jovem expedicionário não esquecia as aflições que passou, que o destino havia lhe reservado. SANTOS sofreu em conseqüência das intoxicações artificiais, apesar de assistência médica tida cuidadosamente.
22 de novembro de 1948 – três anos depois, faleceu o pracinha da FEB, recebendo todos os confortos religiosos, às 19h45 min. na residência de seus pais na rua Dr. Manoel Antonio, s/n – Caraúbas-RN pronunciando suas ultimas palavras: "DIGA A PAPAI QUE VOLTEI DA ITÁLIA”.